Palestra alerta sobre abuso e violência contra crianças e adolescentes

Os números oficiais do serviço de denúncia pelo telefone, disque 100, apontam que em 2016 foram 77.290 violações referentes a crianças e adolescentes

 

Uma palestra mediada na tarde de quarta-feira (18) na casa da Cultura no Centro da cidade, alertou para o perigo que meninos e meninas correm dentro e fora de casa.

 

A secretaria de educação e cultura de Catu por meio de uma conversa com alunos da rede municipal de ensino explicou para a plateia predominante de crianças de 6 a 14 anos a importância da denúncia e do diálogo com pais e professores.

João Ferreira, diretor do Departamento de cultura, contou o objetivo da discussão é de “trabalharmos com a cultura no sentido mais amplo. Cultura é o hábito continuado, é o fazer. Queremos tratar do bem estar da criança e debater assuntos como esses, isso também faz parte do contexto cultural. Como trabalhamos com elas, nada mais justo do que alertar os responsáveis sobre essa triste realidade que ainda acontece. ” Pontua.

Para a Psicóloga do Núcleo de Apoio da Saúde da Família (NASF), Jaíne Melo, “a atuação é eficiente como prevenção. A ideia é conscientizar os cidadãos e incentivar o diálogo em família. Observar o comportamento da criança é fundamental. Nós do NASF, passamos as orientações junto a assistente social para condicionar o tratamento junto a família. ”

Jaíne reitera que as intervenções são essenciais, “fazemos em cima do que adolescente ou criança vai trazer. Geralmente, depois do trauma que passam, eles ainda têm medo de revelar o ocorrido. Uma das maiores dificuldades é a conversa da família com o jovem, porém é importante que haja essa ajuda. ”

A palestra tratou ainda de explicar que infelizmente esse tipo de violência é comum. Os casos que chegam vão a tratamento, porém não há assuntos motivacionais para debater esse fato que ainda é pertinente.

Segundo a assistente social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Albevânia Oliveira, o fluxo de informação é o que vai acabar com essa situação, “trabalhamos com famílias em situação de vulnerabilidade social, e isso se torna um forte agravante. Acolhemos não só as crianças, queremos trabalhar com a família como um todo. Tentamos diminuir esses índices através do diálogo que é fundamental. ”

Albevânia ainda fala das soluções conquistadas e resolvidas, “quando tratamos, conseguimos colocar na cabeça deles que não estão sozinhos e que nós vamos ajudá-los sempre. Na verdade, nós criamos um vínculo familiar com os envolvidos porque estamos a par da situação vivenciada. ” Completa.

 

No dia 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Espirito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois carbonizado e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” a partir da aprovação da Lei Federal nº. 9.970/2000.

Quem souber de algum abuso ou violência infantil o Disque 100  ou Disque Direitos Humanos é um serviço de denúncias e proteção contra violações de direitos humanos 24 horas, que funciona todos os dias da semana.

Criado em 1997, com o nome de Disque Denúncia Nacional de Denúncia contra Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes, ele inicialmente foi uma iniciativa de organizações não governamentais para mensurar violências voltadas a essa população e agir contra elas.

Desde de 2003, o Disque 100,  tornou-se de responsabilidade do governo federal e da secretaria Especial de Direitos Humanos. Os números oficiais do serviço de 2016 apontam 77.290 das violações recebidas pelo canal, são referentes a crianças e adolescentes.