Mutirão do Glaucoma irá atender novos pacientes
O Coordenador do Projeto Jovi Borges ressalta a importância do monitoramento dos pacientes para retrair o abandono do tratamento, além do diagnóstico precoce para manutenção da qualidade de vida da população
Por Donaire Verçosa
Jovi Borges e o Secretário de Saúde Marcus Torres
O mutirão do glaucoma que teve sua primeira edição em 2015. Na manhã de hoje teve o objetivo de acompanhar os pacientes que já foram diagnosticados com a doença e fazem uso da medicação apropriada, para conter o avanço da enfermidade. Na quarta-feira(08) também abre oportunidade para que uma nova parcela da população tenha acesso ao atendimento que rastreia a doença.
Pacientes que foram atendidos nos meses de fevereiro a novembro de 2016, foram convocados para se apresentarem até o dia 08 de março, no Ambulatório de Especialidades do Hospital Municipal de Catu, para exames de rotina: medir a pressão ocular, campimetria, examinar e medir todo o globo ocular, além do campo de visão do paciente, para identificar se a medicação tem atuado da forma correta, contendo assim os efeitos devastadores da doença.
Glaucoma é uma doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, comprometimento visual. Se não for tratado adequadamente, pode levar à cegueira. No início assintomática, com o avanço também pode acontecer irritação nos olhos e dor interna ocular, além de sensibilidade intensa a luz.
“ A parcela da população mais atingida é de negros e asiáticos, mas há algum fator que afeta e amplia a incidência dos casos nessa região da Bahia. Coloco Catu também com um alto índice de portadores do glaucoma. Mais de mil pessoas podem ter a doença, porém até o último mutirão tratamos apenas de 500, o restante ainda não procurou atendimento.”
Devido a incidência grande de casos de glaucoma, Catu será a base para o programa em toda Bahia, e ainda segundo secretário Marcus Torres, a expectativa é de se obter êxito para que a população compreenda a importância de exames preventivos, para diagnóstico precoce, principalmente para aqueles que tem parentes com glaucoma na família.
É o caso de dona Georgina dos Santos Queiroz (73), 13 filhos, moradora da Baixa da Areia, zona Rural. Ela veio para ao primeiro mutirão em 2015 por conta de vários casos na família, foi diagnosticada com a doença junto com sua filha Dirani dos Santos (55), oito filhos.
Dona Georgina destaca que “ uso toda noite o colírio que recebo aqui. Minha filha usa um pela manhã e outro pela noite. Compreendo quem não se cuidar , a sentença é a cegueira, e para quem gosta da vida como eu, isso é uma punição.(risos)”
Jucileide dos Santos(37) dois filhos, residente da Fazenda Veadinho(zona rural), conta que nunca havia feito exames oftalmológicos. Até que em 2016 participou do mutirão e teve o diagnóstico. Apesar da doença normalmente ser silenciosa, e só se manifestar em estágio irreversível, no caso dela, ela conta que tinha ardência, vermelhidão ocular, intolerância a claridade e lacrimejava constantemente; que são sintomas característicos da enfermidade.
Raimunda Cavalcante da Silva, moradora do Centro de Catu (51) mãe de uma moça de 24 anos, destaca que “ há cerca de 20 anos faço uso da medicação e se não fosse o mutirão, manter a medicação, que é muito cara, seria muito complicado, pois com a crise, acabei ficando desempregada. Minha mãe morreu cega, desde do seu falecimento eu passei a me cuidar para não ter o mesmo fim.”
Amanhã (07) haverá atendimento e na quarta-feira (08), o ambulatório abre as portas para que novos pacientes possam ter acesso aos exames que diagnosticam o glaucoma e assim passem a também ter acompanhamento. O atendimento começa pontualmente às 8h, e a população deve ir munida com cartão do SUS e documentos de identificação pessoal com foto.
