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Enfermeira por amor: Cidinha dedica mais de 20 anos de sua vida a saúde de cidadãos catuenses

Conhecida pelo trabalho de enfermeira em Catu desde da década de noventa, Jacilda Cerqueira, a popular ‘Cidinha’, é muito querida pela atenção e carinho em que trata as pessoas que precisam dos seus serviços

O amor pela profissão e pelo próximo, é o que faz o trabalho de um profissional ser diferente e reconhecido aonde quer que ele for. Esses são valores que embasam a vida da catuense Jacilda da Silva de Jesus(54).  A garra dessa mulher nunca deixou que ela desamparasse quem mais precisava. Assim se resume a história da enfermeira mais conhecida em Catu, como ‘Cidinha’.

Por mais de duas décadas, Cidinha, que atualmente atua no Hospital Municipal de Catu, dedica sua vida a cuidar da saúde e do bem-estar das pessoas. Sempre descontraída e atenciosa, ela encara sua rotina diária com a devoção quase sacerdotal, cuidando da população no ambulatório, onde realiza exames como o de eletrocardiograma.

  

A enfermeira que tem 23 anos de serviços prestados, trabalhou durante nove anos no Hospital Agnus Dei, no centro da cidade. Atualmente é operadora de imagem e técnica de enfermagem no ambulatório municipal. Cidinha  que é filha do petroleiro Domingos Gualberto (in memoriam) e da aposentada Maria José da Silva (89), é mãe  de Agnes de Jesus Gomes (28), Marcela Silva Cerqueira (10) e Maurício Silva Cerqueira (9).

Desde criança, sonhava ser médica e fez da profissão sua paixão. Durante a juventude iniciou o curso superior, mas precisou trancar quando decidiu formar família. Porém, o desejo de cuidar das pessoas não morreu. Ingressou em vários cursos técnicos de enfermagem, e em 01 de junho de 1995, iniciou na carreira que a tornou conhecida na cidade onde nasceu e foi criada, Catu-Ba.

“Para ser enfermeira é preciso saber chegar na dor com dedicação e amor. ” É com essa definição que a enfermeira leva a vida. ‘Cida’,  para os íntimos, também é conhecida pela prontidão em executar seus serviços sempre com alegria. Segundo ela, as pessoas necessitam de mais atenção, pois não só as fraturas e dores externas as levam ao hospital, “muitas pessoas sofrem por dentro. O paciente às vezes, precisa de diálogo e de uma palavra que o tranquilize. A dor da alma pode ser mais forte que a dor física. ” Reitera.

E justamente por ser ouvinte e amiga dos pacientes, que Jacilda recebe constantes elogios pelo trabalho e respeito que conquistou, graças à sua maneira de lidar com o próximo. Paciente e amigo de longa data, o funcionário público Alberico José (54), é grato pela atenção e carinho prestado durante anos pela profissional, “sou suspeito para falar de Cidinha. Durante o tempo que a conheço, nunca escutei um comentário que não seja favorável a ela e pelo serviço que ela faz. Sempre vem sorrindo para o trabalho, faça chuva ou sol, ela está presente. ” Destaca.

Além do atendimento, a técnica de enfermagem é conhecida pela pontualidade e compromisso com suas atividades. Ela destaca que o serviço é penoso, pois exige muita atenção, “acima de qualquer coisa, é um trabalho que requer muita disciplina. O enfermeiro passa noite e é o responsável pelo que estiver acontecendo com o paciente em cima do leito de um hospital. Então, precisamos saber como proceder em cada momento.” Reitera.

Quem convive diariamente com Cida, sabe que as suas demandas não são fáceis. O auxiliar de limpeza José Carlos França (61), reafirma como o tratamento da catuense revigora quem passa por momentos de sufoco, “ela sabe cuidar. Deus a usa em prol da recuperação das pessoas. Eu fui paciente e posso afirmar como ela é incrível. Muito mais que uma profissional competente, ela é empática e usa como ninguém o talento de auxiliar o enfermo. ”

Com um currículo extenso dentro da enfermagem, a profissional Jacilda, domina habilidades como técnica de eletroencefalograma e cardiograma. Ela conta que já trabalhou semanas sem folgas para auxiliar nos serviços do hospital, “houve momento que eu vim de touca (risos), pois era um caso urgente. Mulher gosta de se produzir, mas o que não fazemos pelo amor a profissão? Trabalhei muito dando assistência a pacientes que sofria dores cardíacas e hoje, me agradecem, mesmo sendo um ofício.”

Cidinha garante que não se deixa abater por muita coisa. Mas, como toda mãe, afirma que quando recebe crianças com problemas, fica difícil segurar a emoção, “quando tratamos de seres tão dóceis e inocentes como crianças, não é fácil, pois precisamos ter atenção redobrada para que tudo ocorra bem. Já precisei cuidar de criança desnutrida, e fui as lágrimas porque a dor de mãe bate no nosso peito. ” Relata emocionada.

O amor dos catuenses por essa enfermeira não é pouco. A professora e vereadora Dilza Carvalho, confirma que o trabalho da enfermeira faz parte da história dos 150 anos de Catu, “eu a conheço há muitos anos. Ela faz um trabalho humanizado, e infelizmente não são todas as pessoas da área da saúde que fazem dessa forma, voltado para o carinho no processo de restabelecimento humano. E é por essa forma de tratamento que ela é tão bem acolhida pelo público. ” Comenta.

Amiga de longas datas e colegas de serviço, a enfermeira Rosália Dantas (48) que trabalha para o SAMU, destaca que a parceria com Cida torna qualquer pessoa melhor, “em Catu não há uma profissional como ela. Os pacientes tem ela como um membro da família, justamente pela forma como é solidária e companheira. Cansei de vê-la sendo a primeira a chegar no ambulatório e sempre com a mesma energia. Catu é uma escola para quem se dedicou e quis aprender, tanto é que Cidinha hoje desempenha um papel que nem todos fazem, cuidar do próximo. ”

Para quem sonha em ascender na carreira, a profissional dá um recado, “nós precisamos uns dos outros, e por isso é preciso amor e dedicação para seguir esse desafio. Ver o próximo como um filho, um irmão. Há momentos de muito sofrimento, e o enfermeiro deve estar lá para enxugar as suas lágrimas. ” Finaliza.

 

 

 

Reportagem: João Vitor Araújo

Edição de Texto e Produção: Donaire Verçosa

 

Redação

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