Comunidade

Demora da confirmação do São João em Catu deixa comerciantes e população catuense preocupada com a possível não realização dos festejos

Enquanto em outros municípios da região, setores do comércio varejista e turismo se beneficiam dos tradicionais eventos juninos, empresários catuenses já fazem as contas para enfrentar os prejuízos caso seja confirmadoa não realização da festa junina em Catu.

Com a proximidade dos festejos juninos, os municípios do interior da Bahia se preparam para atrair milhares de pessoas em busca de shows de forró e axé, além de aquecer a economia local. Comerciantes de diversos ramos se beneficiam desses eventos, impulsionando o orçamento para o segundo semestre do ano, que inclui obrigações fiscais e o pagamento do 13º salário.

Os festejos juninos não apenas movimentam o comércio varejista de moda, móveis e alimentos, mas também contribuem para o aumento da arrecadação dos municípios que promovem megaeventos. Setores como hotelaria, refeições e transporte também se beneficiam com a realização dessas festividades. No Nordeste, as festas de São João e São Pedro são sinônimos de alto faturamento para o comércio, aumento na arrecadação fiscal e movimentação de milhões de reais, com visitantes que vêm para visitar parentes ou turistas.

Enquanto comerciantes de municípios como Pojuca, Alagoinhas e Mata de São João se preparam para colher os frutos do aquecimento proporcionado pelas festas juninas, os varejistas de Catu contabilizam os prejuízos causados pela não realização do tradicional São João catuense.

Praça da Aruanha -Catu Bahia/ Festejos Juninos

A prefeitura municipal de Catu, administrada pelo neo-petista Pequeno Sales, enfrenta incertezas em relação à realização dos três dias de festa que impulsionavam o comércio local. Informações desencontradas e divergências entre membros do secretariado do prefeito somam-se à falta de planejamento e organização financeira, podendo resultar em um déficit de 5 milhões de reais nas contas públicas do município.

Segundo fontes ligadas à prefeitura, a tendência é que seja realizada apenas a festa de aniversário da cidade, em 26 de junho. Quanto aos três ou quatro dias de festejos juninos, é provável que não ocorram. Mesmo que fossem anunciados agora, não reduziriam os prejuízos para o comércio varejista, que depende de planejamento antecipado e análise de tendências para abastecer estoques e oferecer produtos desejados pelos consumidores.

Não são apenas os varejistas de moda que sofrem prejuízos, mas também a rede hoteleira e os fornecedores de alimentos. Sem atrações, os hotéis e pousadas deixam de receber turistas, enquanto supermercados e outros fornecedores de alimentos sofrem com a diminuição da demanda causada pela saída de pessoas em busca de municípios com programações juninas. As famílias também deixam de receber visitantes, impactando o gasto com alimentos típicos das festas.

Outra reclamação que paira sobre a cidade e frequentementemente é citado pelos municípes e empreendedores locais, é a não concretização dos seus planos iniciais da gestão, como a implantação de uma cervejaria e um Centro Industrial atrativo para indústrias, que absorveriam a mão de obra ociosa local. Para impulsionar e apressar a concretização do Polo, Sales recorreu ao apoio do Partido dos Trabalhadores (PT). O objetivo era atrair investimentos governamentais para mitigar ações mais ostensivas na gestão. No entanto, essa estratégia não funcionou.

Agora, em meio às preparações para as eleições de 2024, Pequeno Sales se vê afundado em gastos excessivos, como os investimentos em publicidade realizados em 2022, que esgotaram o orçamento previsto para um ano em apenas seis meses. Fontes ligadas à administração municipal relatam um déficit de R$5 milhões de reais nas contas públicas e a possibilidade de demissões em massa como medida para reduzir os gastos municipais. Contrariando essa situação, o prefeito apresentou um projeto de revitalização do comércio que exigiria um empréstimo de R$ 20 milhões de reais, caso obtenha autorização do legislativo municipal.

A análise objetiva do cenário aponta para o colapso da gestão municipal, o que levanta preocupações de observadores políticos locais, que acreditam que a situação possa repetir como na gestão do atual vice-prefeito, Dr. Nardson, o qual o município vivenciou sob sua gestão, o qual o mesmo seria supostamente responsável pelo fechamento do hospital municipal, endividamento dos servidores e perda de terras petrolíferas para o município de Pojuca, deixando a cidade de Catu em posísão desfavorável entre as cidades do recôncavo e agreste baiano.

Visão do Comércio

A não realização do São João é vista com apreensão pela CDL Catuense. A entidade destaca que, após o Dia das Mães, o São João é uma data crucial para impulsionar as vendas e superar a queda nos meses anteriores. Durante uma reunião com o prefeito Pequeno Sales em 18/05, a CDL não obteve uma definição sobre a realização dos eventos, recebendo a promessa de uma resposta futura. Segundo a entidade que representa lojistas e empresários do varejo, a ausência do São João e a saída do Forró do Bongo são impactos negativos na economia do município.

Profissionais ouvidos pelo naresenha, sob anonimato, foram enfáticos ao apontar que a falta dos eventos afeta a contratação de mão-de-obra temporária devido à redução nas vendas. Em apenas uma loja de moda, seis pessoas deixaram de ser contratadas. Os empresários também destacam a frustração causada pela situação. Todos os entrevistados expressaram a esperança de que os eventos ocorressem, especialmente considerando que cidades vizinhas já estavam anunciando suas atrações. Eles também ressaltam que, devido ao parcelamento das vendas, os impactos se estendem pelo segundo semestre, com previsões de dificuldades financeiras e possíveis demissões.

Além dos problemas enfrentados pelos empresários, os ambulantes também sofrem com a falta de planejamento da prefeitura. Eles afirmam que, durante os festejos juninos, conseguem obter uma receita equivalente a dois ou até três meses de ganhos. Essa renda é fundamental para sustentar suas famílias e negócios, uma vez que dependem das vendas realizadas nesse período. Muitos ambulantes não possuem outra fonte de renda e planejam migrar para outros municípios durante a temporada junina.

Os empresários também mencionam a fuga de clientes para outras áreas, em busca de melhores estruturas para fazer suas compras. Eles destacam que, em Catu, até mesmo encontrar estacionamento é um desafio. Portanto, não são apenas os lojistas, mas também os ambulantes e a economia local como um todo que sofrem com a ausência de planejamento da prefeitura.

Redação

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