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Próxima fase da vacinação: fórmulas adaptadas contra novas variantes

Até o momento, as vacinas aplicadas contra a covid-19 foram desenvolvidas a partir do coronavírus SARS-CoV-2 “original”, identificado no final de 2019, em Wuhan, na China. Isso significa que as fórmulas não consideram as mutações que apareceram com as novas variantes, como a Ômicron (B.1.1.529). Em breve, isso deve mudar, de acordo com os especialistas.
Por enquanto, as doses de reforço são iguais às doses anteriores da vacina. Sim, algumas exceções ocorrem quando a terceira dose é feita com o imunizante de um fabricante diferente, como nos casos em que uma pessoa toma duas injeções da AstraZeneca e uma da Pfizer. Independente disso, as fórmulas em uso focam, principalmente, na versão original do vírus e ainda fornecem algum grau de proteção contra a doença.
Desde o surgimento das variantes, discute-se a possibilidade de vacinas adaptadas e alguns testes já foram realizados. Este é o caso da versão específica da AstraZeneca contra a variante Beta (B.1.351), em julho de 2021. Até o momento, novos lotes de vacinas — com formulações adaptadas — ainda não chegaram ao mercado.

Vacinação adaptada

De acordo com os especialistas, o aumento da imunidade ocorrerá, principalmente, com vacinas reformuladas nesse ponto da pandemia. “Em um evento internacional, observamos os dados de quarta dose [da vacina da covid-19] em Israel. E parece não ter tanta vantagem ficar dando doses de reforço [com a mesma formulação de vacina], ainda mais com a circulação da cepa Ômicron”, explicou Gustavo Mendes, gerente de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para o jornal O Globo.
“Então, se fala cada vez mais na atualização das vacinas, na mesma perspectiva do que ocorre com a vacina da influenza”, completou Torres sobre a importância da adaptação das vacinas já existentes contra as novas variantes.

Movimento das farmacêuticas

No final de janeiro, a Pfizer e a BioNTech iniciaram os estudos clínicos para avaliar a segurança e a eficácia da fórmula desenvolvida especialmente contra a variante Ômicron. “Agora, estamos trabalhando em uma nova versão de nossa vacina que também abrangerá a [variante] Ômicron. E, claro, estamos aguardando os resultados finais. A vacina estará pronta em março e conseguiremos produzi-la massivamente”, afirmou o CEO da Pfizer, Albert Bourla, para o Yahoo Finance.
Responsável por uma outra vacina de mRNA (RNA mensageiro), a Moderna também começou os estudos para o desenvolvimento de uma vacina específica contra a Ômicron. Ainda não existem prazos para a divulgação dos resultados.
Durante o CoronaVac Symposium, em dezembro de 2021, a vice-presidente e líder de pesquisa e desenvolvimento da Sinovac, Yallling Hu, anunciou que uma nova versão da CoronaVac contra a Ômicron poderia ser lançada em março.
No futuro, as fórmulas contra a covid-19 podem se tornar multivalentes, ou seja, protegerem contra diferentes tipos de variantes do coronavírus. Para isso, será necessário estabelecer as principais Variantes de Preocupação (VOC) da temporada. Esse é o esquema adotado pelas vacinas da gripe e liderado, todos os anos, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quarta dose

No Brasil, o Ministério da Saúde já se discute a quarta dose da vacina contra a covid-19 para quem tem mais de 65 anos e para os profissionais da saúde. Por enquanto, apenas os pacientes imunossuprimidos podem receber esta dose extra. No entanto, as vacinas adaptadas ainda devem demorar para chegar ao país.
“Infelizmente, não vai dar tempo de esperar a vacina adaptada para avançarmos nessa discussão. Neste momento, por exemplo, já estamos em observação da taxa de internações e mortes [dos idosos]. Se já houvesse essa dose, para o mês que vem, seria interessante aguardar”, explicou Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Fonte: 
O Globo, Yahoo e CNBC  

Redação

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