Economia

Magalu reconhece em balanço rombo de R$ 830 milhões após receber denúncia anônima

Após investigação de erro contábil, Magazine Luiza revisa balanço e reduz patrimônio.

Erros em lançamentos contábeis obrigaram a Magazine Luiza a reduzir em quase R$ 830 milhões seu patrimônio líquido, a diferença entre os bens e os passivos de uma empresa. O “ajuste”, comunicado aos investidores na noite desta segunda-feira, foi resultado de uma auditoria realizada desde março após denúncias anônimas. Embora a apuração tenha concluído que as denúncias eram improcedentes, ela encontrou “incorreções” na forma como eram lançadas no balanço “bonificações em determinadas transações comerciais”.

A apuração foi conduzida pelo escritório TozziniFreire Advogados e pela firma de auditoria PricewaterhouseCoopers, e sua conclusão é revelada a um mercado ainda traumatizado com o escândalo da Americanas, que estourou em janeiro. Embora não haja qualquer indício de fraude envolvendo o balanço da Magalu, o caso mostra que os números de mais uma grande varejista brasileira não eram exatamente aqueles que vinham sendo acompanhados pelos investidores.

Desconto na cifra final

De acordo com o comunicado da Magalu, notas de débito usadas para o reconhecimento contábil das receitas de bonificações foram emitidas pela companhia e assinadas por fornecedores “sem observar com precisão as obrigações de desempenho (as quais variam de acordo com as especificidades de cada negociação)” previstas pelo CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis).

Segundo a empresa, o conserto das “incorreções” provocou um ajuste de R$ 829,5 milhões no patrimônio líquido da varejista. Mas, da conta final, foram abatidos créditos fiscais de PIS/COFINS sobre bonificações recebidas de fornecedores, resultando em um ajuste de R$ 322,1 milhões no balanço do terceiro trimestre, divulgado nesta segunda-feira.

Após a correção, o conselho de administração determinou, segundo comunicado da Magalu, a adoção de medidas para o “aprimoramento dos mecanismos de controles internos da companhia.” São elas, segundo o comunicado: revisão das matrizes de riscos e controles internos do processo de negociação comercial; melhoria dos mecanismos de governança para melhor segregar as etapas de negociação e apropriação das bonificações; aprimoramento de sistema automatizado de gestão de verbas de fornecedores; e a revisão do funcionamento da auditoria interna sobre os processos de negociação comercial. ( As Informações de O Globo).

Redação

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