Saúde

Imunologia, Exercício Físico e Diabete

Estudos na área do treinamento e da nutrição atestam que indivíduos obesos permanecem com o corpo inflamado 24 horas por dia por causa da grande quantidade de gordura no corpo. Portanto, o aumento gradativo do percentual de gordura está proporcionalmente ligado ao aumento da inflamação corpo.

E qual a relação do sistema imunológico com o aumento de gordura?

O acúmulo de gordura na região abdominal está relacionado a hipertrofia (aumento de tamanho) dos adipocítos (células de gordura), paralelamente a isso, várias células do sistema imune estarão “passeando” no meio extracelular, estas células começam a entender que os adipócitos (células de gordura) são agente estranhos por causa da alteração do tamanho. Para proteger o indivíduo, as células do sistema imune entram nas células de gordura e liberam proteínas inflamatórias.

Ao identificar essa proteínas inflamatórias as células de gordura reagem liberando uma quantidade enorme de adipocinas (proteínas do tecido adiposo) no corrente sanguínea. Ao chegar no fígado, essas proteínas influenciarão no aumento da resistência a insulina e também vão estar relacionadas ao aumento da produção de glicose no sangue. Nos músculos haverá prejuízos relacionados a capacidade de utilizar a glicose presente no sangue. No cérebro a mudança será comportamental. As pessoas começam a sentir vontade de comer com mais frequência alimentos que não são saudáveis, geralmente, com alto teor de açúcar.

Observando essas interações é possível compreender que haverá um aumento, significativo, do índice de glicose no sangue (hiperglicemia), podendo acarretar, em longo prazo, o surgimento da diabetes tipo II, gerado por uma reação em cadeia.

Como o exercício pode influenciar nesta relação?

A contração muscular, independente do método utilizado no treinamento, é responsável pela produção e liberação de sinalizadores anti-inflamatórios na corrente sanguínea. Esses sinalizadores serão auxiliadores na regulação da produção de glicose pelo fígado e na diminuição da resistência a insulina. Com isso, o músculo voltará a utilizar maiores quantidades de glicose como fonte de energia e haverá a diminuição de açúcar no sangue, favorecendo assim, a estabilização da glicemia do individuo.

Ao treinar o cérebro do individuo libera hormônios como a endorfina e a serotonina. Elas são as responsáveis pela mesma sensação de prazer e de bem estar que é liberada ao comer alimentos ricos em açúcar. O objetivo aqui é dar ao corpo a mesma sustância química a partir de uma fonte muito mais benéfica para o corpo, o exercício físico e a alimentação saudável, gerando outra reação em cadeia, mas no sentido oposto.

Exercício físico- alimentação saudável- diminuição do açúcar no sangue – diminuição do percentual de gordura -regularização da atuação do sistema imune nos adipócitos- diminuição de inflamação no corpo – saúde.

Entender essa relação fisiológica é extremamente importante para perceber a importância do estilo de vida saudável para o nosso bem estar, para a nossa autoestima e, principalmente, para a nossa longevidade.

Por Danilo Peneluc:

Professor universitário do curso de graduação em Educação Física, especialista em Administração e Marketing esportivo e colunista esportivo do Catu Acontece.

Redação

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