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EMPREENDEDORISMO X CRISE ECONÔMICA

A multiplicação dos microempreendedores no Brasil e na Bahia é uma tendência mercadológica que também tem alcançado catuenses, que procuram driblar a crise ofertando produtos e serviços para população da cidade e regiões circunvizinhas

 

Para fugir da onda de desemprego causada pela crise econômica ou conseguir renda extra, brasileiros passaram a investir mais no próprio negócio e assim tem conseguido driblara crise e ocupar um lugar de destaque no mercado.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), hoje temos 13,5 milhões de desempregados no Brasil, dados que tem impulsionado o aumento do número de pessoas que apostam no empreendedorismo como fonte de renda e  forma de sustento principal, ou uma segunda opção de negócio, como uma receita alternativa para  com complementar a renda da família.

Com a queda da oferta de emprego formal no país, cidadãos que antes contavam a ofertada por um emprego tradicional, passaram a investir em fontes alternativas para aumentar o orçamento familiar, é o que tem sido chamado pelo mercado de “empreendedorismo de necessidade.”

Alex Vianna, é um dos catuenses que encorpam as estatísticas. Ele faz parte do grupo Hinode desde 2014, mas ainda faz parte do mercado tradicional. Apesar disso, ele explica a diferença entre um emprego comum e o marketing da rede da qual faz parte, “no mercado tradicional, o empregado cumpre horários, mesmo contra sua própria vontade. Tendo a hora de entrar, e sair preestabelecido, não tem a opção de ficar em casa, caso ele queira. No marketing multinível, você faz o seu horário, podendo trabalhar o dia e a hora que quiser, da forma que bem entender. ”

Apesar de não ter apenas a Hinode como fonte de renda, Alex garante que o lucro obtido no grupo é muito maior que em seu emprego tradicional. “Com certeza o ganho com o marketing é surreal e nem se compara com o ganho do mercado tradicional. Aqui no grupo Hinode temos 10 formas de ganho, como por exemplo, as vendas que nos dão 100% de lucro, podendo obter R$ 2.025,00 por dia, na venda de perfumes, depende de cada um. E temos os ganhos com formação de equipes, que pode nos levar a ganhos acima de R$ 10.000,00.”, explica Alex.

No primeiro trimestre do ano foram criadas no país 581.242 novas empresas, maior número para o período desde 2010, é o indica o Serasa Experian de Nascimento de Empresas. O número é 12,6% superior ao registrado no mesmo período de 2016, quando ocorreram 516.201 nascimentos.

 

Outro exemplo claro dessa forma de obtenção de renda é Mariluce Santos, distribuidora da rede de Café Marita, linha de produtos com componentes naturais que combina a cafeína comum a outros tipos de grãos e termogênicos, para auxiliar na queima de gordura e no emagrecimento de maneira eficaz.

 

 

 

Mariluce é formada em engenharia agrônoma, mas faz parte dessa empresa desde 2016, e por hora essa é a fonte de renda de sua casa. A distribuidora conta que escolheu essa rede por ser uma empresa com um crescimento significativo no mercado, e por estar inserida no marketing multinível, além de explicar por que não preferiu abrir uma empresa no zero, “hoje você abre uma empresa e tem uma taxa elevada de impostos, muitas das micro e pequenas empresas fecham nos primeiros cinco anos. Além do que, na época procurei uma atividade que pudesse conciliar com o que eu desempenhava na época”.

Em março, o número de empresas criadas também foi recorde em relação a todos os meses de março desde o começo da série histórica em 2010: 210.724, 19,5% superior em relação a fevereiro, quando surgiram 176.319 novos negócios e 14,2% maior que o registrado em março de 2016 (184.560).

De acordo com os economistas da Serasa Experian, o recorde apresentado no surgimento de novas empresas no país continua sendo determinado pelo chamado “empreendedorismo de necessidade”. Desta forma, com as taxas de desemprego muito elevadas, desempregados acabam abrindo negócios como forma de geração de renda, sobretudo no setor de serviços.

O empreendedorismo é sim uma saída para quem procura aumentar a renda de casa ou para quem está decidido a abrir seu próprio negócio e conseguir a tão sonhada independência financeira. No Brasil, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, SEBRAE, existem 12 milhões de pequenos negócios no Brasil e, desse total, 701 mil estão na Bahia.

Liane Medeiros é um exemplo de uma empreendedora que deu certo. Ela resolveu investir no ramo da confeitaria e da decoração de festas de aniversário. Professora de português e inglês ainda em exercício, começou decorando os bolos de aniversário de sua filha, e em 2013 fez seu primeiro curso de confeitaria profissional. Após publicar nas redes sociais um de seus bolos, Liane começou a receber elogios e suas primeiras encomendas.

Aproveitando o fato de sempre ter levado jeito com artesanato, ela resolveu se especializar em decoração de festas infantis, a fim de enriquecer ainda mais seu trabalho. Realizada com o que fez, ela conta ela resolveu ousar a cada dia mais. “Esse mundo mágico de cores e sabores me realiza muito, é muito gratificante realizar o sonho de outras pessoas. Sou reconhecida pelo meu trabalho, esse mercado está crescendo em Catu. Costumo dizer que trabalhar com confeitaria é uma terapia, independente de ganhos. E, de verdade, meu maior ganho é ter um cliente amigo, parceiro e realizado. ”

O brasileiro cada vez mais mostra que tem a capacidade criativa e talento suficiente para não se abater em meio os altos e baixos que a economia do país tem apresentado, por isso a geração atual cada vez mais mostra que não está em busca de estabilidade, mas de se realizar trabalhando com aquilo que gosta. Pensando nisso, Liane Medeiros destaca: “ eu corri atrás dos meus sonhos, acredito que qualquer um é capaz de buscar os seus, é só querer. Para mim decorar bolos é realizar sonhos, um prazer e uma satisfação pessoal e coletiva”, pontua a professora e decoradora de festas e bolos Liane.

 

Donaire Verçosa

Dir. Jornalismo do Site Catu Acontece. Graduada e de família Catuense! Prezo pelo jornalismo imparcial.

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