Diretor da SAAE esclarece motivos que interferem no abastecimento e qualidade da água na cidade de Catu
O engenheiro e sanitarista Mauro Filardes revela os motivos das faltas de água em algumas localidades do município de Catu, e o porquê da coloração amarelada e com ferrugem em alguns lares
Há algum tempo, a população de Catu-Ba sofre com a falta de água. Alguns bairros, como o centro da cidade, já chegaram a ficar sem abastecimento por cerca de três dias. Bairros periféricos, áreas rurais e também distritos, como o de Sítio Novo, moradores se queixam de falta d’ água e qualidade da mesma.
O diretor geral da SAAE, José Mauro Pereira Filardes, explicou quais são os motivos que fazem a qualidade da água da cidade estar comprometida, além dar detalhes sobre os motivos que originam a falta d’ água na cidade. O renomado engenheiro sanitarista e ambiental, Mauro Filardes, é, formado pela Universidade Federal da Bahia, UFBA, desde 1986 e começou sua carreira profissional como projetista de infraestrutura da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, CONDER.
Em 1990 foi convidado pela Fundação Nacional de Saúde, que administrava a SAAE na época, para vir para Catu e dirigir a unidade da cidade, mas logo em 2001 passou a dirigir a unidade da SAAE em Santa Maria da Vitória, voltando para Catu apenas em 2013, à convite do prefeito Geranilson Requião.
Em entrevista exclusiva ao Catu Acontece, Mauro esclareceu: “é de conhecimento de poucos, mas a tubulação da cidade de Catu ainda é a mesma de 1964 e nunca sofreu as intervenções necessárias para se adequar à população, que cresceu muito desde então. Entretanto, apesar disso, a cidade é privilegiada e está acima de uma formação de água de excelente qualidade. Mauro explica qual seria a possível solução para o problema 100%, “Catu precisa de um investimento na faixa dos 15 milhões de reais. Eu, inclusive, fiz um projeto com cinco volumes e doei para que seja usado pelo município.’
Os bairros da Santa Rita, Rua Nova e Centro são alguns dos que sofrem com o problema da cor enferrujada da água. A respeito disso, Mauro explica: “A adutora que distribui água para esses bairros é a que desce pela Avenida Padre Cupertino e pelo Catende, mas ela ainda é de ferro, o que causa essa cor não desejada na água.”
Outro problema que também atingiu não tem muito tempo esses bairros, foi a falta de água que demorou alguns dias para ser resolvida. Segundo o engenheiro, “ dias antes houve o problema da falta de energia, o que desgastou a bomba de água, por isso a falta de abastecimento prolongada. Além do que, Catu é formada por diversas ladeiras, o que dificulta a reparação. 60% da população da cidade não tem um reservatório de água que ajude nesses casos de emergências, é bom ter para prevenir, não é sempre que falta água, mas existem as situações em que é preciso fazer manutenção”, explica.
A zona rural de Catu também sofre problemas com abastecimento da água. Sitio Novo, por exemplo, tem um poço que foi construído em 1983 e também é de ferro. “Com certeza, deve ter rompido lá por baixo e a areia vista na água é do próprio terreno”, pontua Mauro, se referindo a água que teve a cor amarelada e com barro, há cerca de três meses atrás, e que segundo moradores, atingiu também a saúde da população local, que teve desconfortos estomacais, gerado pela qualidade da água local. “Para que a população passe a ter uma melhor qualidade na água, é necessário que outro poço seja construído, ” pontuou Mauro.
O engenheiro também pontuou que, “em 1993, um poço foi instalado, mas, por mau uso e descuido das gestões anteriores, o mesmo acabou sendo danificado, e para minha surpresa, quando voltei a atuar em Catu, descobrir que o poço que é usado hoje, é o que eu prevendo que problemas com poço, por ser muito antigo, poderiam acontecer, mandei perfurar um outro, isso na gestão de Antônio Pena. O deputado Nelson Pelegrino se mostrou solícito à auxiliar na perfuração de um novo poço em Sitio Novo, o que pode ajudar a resolver a questão de forma efetiva. ”
O Catu Acontece se coloca à disposição da população para como veículo oficial de mídia, auxiliar na interlocução entre as prestadoras de serviço, autoridades e representantes da sociedade civil.