Crescimento de problemas cardíacos entre jovens preocupam médicos e especialistas
No estado da Bahia, 55 jovens na faixa etária dos 20 aos 29 anos vieram a óbito, em decorrência de infarto agudo do miocárdio nos últimos três anos
Pelo pouco cuidado e atenção com hábitos simples do cotidiano, como prática de atividades físicas e alimentação equilibrada. Números alarmantes preocupam médicos e especialistas em torno de doenças ligadas ao coração. Em 2017, cerca de 4.476 pessoas morreram por infarto agudo do miocárdio no estado da Bahia, segundo a secretaria de Saúde do Estado, SESAB.
As doenças cardiovasculares são umas das principais causas de mortes no Brasil e no mundo, à frente de diversos tipos de câncer que, combinados, são a segunda principal causa de morte. Existem várias doenças que atingem o coração, sendo algumas conhecidas como, infarto agudo do miocárdio, angina, arritmias cardíacas, doenças congênitas do órgão, infecções e insuficiências cardíacas.
Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), vinculado ao Ministério da saúde, 359.488 óbitos foram registados em 2016 por doenças do aparelho circulatório. O Sistema Único de Saúde(SUS) classifica e atende cerca de 40 doenças relacionadas ao coração. Sendo que quatro delas são as mais recorrentes nos atendimentos das unidades de saúde do país, e estão entre as 20 principais causas de mortes no ano de 2016 respectivamente: Doenças cerebrovasculares (102.189), Infarto agudo do miocárdio (93.648), doenças hipertensivas (48.994), Insuficiência Cardíaca (28.814) e Mio cardiopatias (13.990).
Segundo a SESAB, o ano de 2015, 5.675 pessoas foram internadas por infarto agudo do miocárdio no estado. Já em 2016, foram 589 a mais que no ano anterior. Isso sem falar que os problemas cardíacos tem atingido também jovens, de 15 aos 19 anos, que em 2016, foram internados por complicações cardiovasculares na Bahia. Mas também atinge pessoas de 20 aos 29 anos, que em 2015 a 2017, ocasionou o óbito de 55 pessoas nessa faixa etária. Sendo que 1.636 pessoas com idade entre 50 e 59 anos, morreram no mesmo triênio.
Histórico familiar é um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Entretanto, com o acompanhamento médico adequado e adoção de hábitos saudáveis, é possível prevenir o quadro.
Para o cardiologista Pedro Calmon, que atende no Hospital Agnus Dei, no centro de Catu, o tratamento inicial deve ser direcionado para os fatores de risco, “Controle da pressão arterial, do diabetes, níveis de colesterol e triglicérides. Evitar o tabagismo e bebidas alcoólicas, além de praticar atividades físicas. Depois da doença instalada deve-se fazer o tratamento específico para cada doença em particular, que pode ser pelo método clínico-medicamentoso ou envolver alguma intervenção (cirurgia, angioplastia, ablação). Para alguns casos também existe a reabilitação cardíaca.
O médico ainda alerta sobre as precauções que devem ser tomadas na alimentação, “exige, antes de tudo, bom senso. O paciente deve evitar o consumo excessivo de sal, de gorduras, frituras e carne vermelha. Priorizar uma reeducação alimentar balanceada, rica em fibras. Para quem faz uso de alguns anticoagulantes orais, deve evitar alimentos ricos em vitamina K, como folhas verdes, pois inativam o remédio.
Vale destacar ainda, que o paciente pode nascer com o problema, chamado de cardiopatias congênitas. “Existem algumas doenças que não tem uma faixa etária comum, como as miocardites. Mas, a maioria das doenças cardiovasculares são mais frequentes em pessoas com idades avançadas, e isso inclui infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas e a insuficiência cardíaca. ” Reitera.
Dr. Pedro ressalta que o tratamento se inicia com a prevenção, “os hábitos saudáveis devem começar dentro de casa. Deve ser estimulada a prática de esportes regularmente e a alimentação saudável desde cedo. ”
Com o estresse e o desgaste diário, as pessoas não se dão conta de que podem estar desenvolvendo algum problema cardiovascular. Alterações da frequência ou dos ritmos dos batimentos cardíacos pode causar algo até então desconhecido, porém preocupante, arritmia cardíaca. Essa doença que integra o grupo dos problemas cardíacos, podem ser desenvolvidas em pessoas com ansiedade, devido a deliberação de catecolaminas na corrente sanguínea em momentos de aflição.
Para o cardiologista e especialista em arritmia cardíaca, que também atende no Hospital Agnus Dei, Djalma Cerqueira não é fácil identificar o problema quando a pessoa estar ansiosa, “podemos dizer que a ansiedade está com problema quando mais intensa e frequente, dificuldade no controle da raiva e dificuldade para relaxar. Nessas situações, é importante procurar o especialista.” Ressalta.
Problemas cardíacos podem acontecer sem necessariamente ter uma idade fixa, porém é mais comum ocorrer a partir dos 60 anos de idade. Histórico familiar é um elemento que também favorece o surgimento. Além disso, estresse, hipertensão arterial, diabetes melito, idosos, consumo de drogas entre outros fatores podem ser agravantes. A busca por exames periódicos e consultas preventivas, podem ajudar a identificar problemas logo no inicio, e direcionamento para o tratamento adequado, a fim de evitar o avanço destes.
Doutor Djalma orienta que os tratamentos são encontrados a partir da consulta médica, “existem os tradicionais como medicamentos, cateterismo cardíaco e cirurgia. Porém, podemos evitar tudo isso com mudanças simples no estilo de vida como alimentação adequada e a prática de atividades físicas. Para evitar o desenvolvimento da arritmia, basta ter hábitos simples saudáveis e cuidar da saúde mental e monitoramento médico regular.” Finaliza.
Além disso, o tabagismo, a obesidade, o estresse, associados a falta de atividades físicas e uma rotina de trabalho extensa, são alguns exemplos comuns no cotidiano, que desencadeiam graves problemas cardiovasculares. O uso excessivo do sal, é outro fator que também contribui para o aparecimento de problemas cardíacos. Não há dúvida, e as pesquisas médicas apontam cada vez mais isso, que o sedentarismo, aliado a todos os maus hábitos, tem gerado inúmeras enfermidades no século atual, e o coração é o órgão que tem sentido mais a sobrecarga que o submetemos na rotina corrida dia a dia.
Hospital Agnus Dei fica na Praça Lourenço Olivieri, no centro comercial de Catu, e para maiores informações, basta marcar consulta através dos números: (71) 3641-8250/ 3641-8251 ou pelo número do aplicativo whatsApp (71) 9244-2923.
Reportagem: João Vitor Araújo
Foto: Bruno Cartiê
Edição e Produção: Donaire Verçosa
Artes ilustrativas: Google