Catu seguirá em frente ou vai retroceder?

Eleições municipais apontam para fortalecimento de experiências exitosas. O atual momento municipal pede gestão orientada pelo equilíbrio e execução de projetos viáveis.

Faltando cerca de 10 dias para a realização da escolha do novo prefeito para o quadriênio 2021 a 2024, a Petrobrás anunciou nesta quarta-feira (4) que vai vender 28 campos de produção terrestres de petróleo e gás natural do Polo Bahia Terra, na Bahia. Também será vendida a infraestrutura de processamento, armazenamento e escoamento de petróleo e gás natural do complexo, incluindo a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) de Catu.  Essa notícia que, em linhas gerais, diverge do campo eleitoral, chama atenção do eleitor catuense, para a necessidade de escolher um candidato que reúna condições de manter a crescente administrativa e financeira que a cidade vem experimentando nos últimos oito anos.

Contando com uma vocação à prospecção de petróleo off-shore que data de décadas, Catu desenvolveu toda a sua estrutura econômica e de geração de emprego e renda sobre a indústria petrolífera. Entretanto, com a descoberta do Pré-Sal e o crescente interesse da Petrobrás em ampliar sua presença nas atividades de prospecção em águas profunda – sendo a petrolífera brasileira reconhecida com especialista na modalidade – o município viu sua arrecadação minguar, graças ao recuo das atividade de prospecção terrestre. Essa situação, obrigou a gestão pública municipal a se adaptar e, simultaneamente, começar a pensar novos caminhos em busca de outro perfil econômico.

O resultado da mudança forçada, foi uma gestão municipal que soube equacionar perfeitamente seus gastos dentro de uma arrecadação em declínio. O exercício de redução e otimização de gastos e de investimento no fortalecimento da máquina arrecadatória auxiliaram na equação. Entretanto, torna-se necessário apontar a qualificação do gestor e de seus auxiliares como principal divisor de águas, que separam o município de uma derrocada similar a outras já vividas.

Em Catu, nos últimos oito anos, a educação e a saúde não foram vitimadas pela crise econômica que se abateu sobre o país, nem tão pouco pela queda de arrecadação imposta pelo fechamento de postos de trabalho ligados às atividade petroleiras. Os serviços seguem em execução e, na grande maioria dos casos, muito acima da média dos demais municípios.

Com a aproximação do dia da eleição, a população se vê entregue a um dilema: escolher quem poderá dar continuidade ao processo, que tem permitido que a máquina pública cumpra sua função de promover serviços a todos os munícipes de forma segura e eficazes. Tal escolha, precisa levar em conta a história pregressa dos concorrentes, e também os demais personagens que compõem o cenário administrativo, suas experiências e resultados. Grande parte do sucesso das gestões do atual Prefeito Gera Requião,  que deve-se ao fato de ter montado um time articulado e de competência. Profissionais, que demonstraram domínio em suas áreas de atuação, e a capacidade de planejamento de soluções que garantiram a estabilidade. Trocar tais perfis, pode significar um recomeço de percurso perigoso em uma conjuntura pós-pandemia, onde o que prevalecerá será a capacidade de execução de processos em tempo curto e de forma extremamente eficaz. Em poucas palavras, Catu tem o mesmo desafio apresentado ao município de Salvador: manter a continuidade para não desprezar oito anos de avanços.

Por isso, o mais seguro no cenário atual é escolher o caminho da continuidade. Evitar aventuras, que possam frear o avanço ou, até pior, retroceder a níveis de qualidade que comprometam serviços fundamentais como: saúde e educação e a continuidade dos serviços executados pelos funcionários públicos que, em oito anos vem tendo seus direitos trabalhistas rigorosamente cumpridos. O eleitor decidirá entre o êxito da continuidade de uma experiência positiva, ou um passo rumo ao desconhecido.

Por Jorge Andrade

Edição: Donaire Verçosa

Foto capa: Ilustrativa