PSICOLOGIAS E COMPORTAMENTOS

Bruno De Luca: o que é amnésia dissociativa, que apresentador diz ter sofrido na noite do acidente de Kayky Brito

Perda de memória pode ser provocada por um grande trauma emocional ou estar associada a transtornos psiquiátricos

Na sexta-feira, o apresentador Bruno De Luca compartilhou em suas redes sociais um longo relato sobre o que está passando desde o dia 2 de setembro, quando seu amigo Kayky Brito foi atropelado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em um dos trechos da carta, De Luca afirma que está se “consultando com psiquiatras, fazendo hipnoterapia, meditação guiada e pensado muito” e que na noite do acidente ele teve uma amnésia dissociativa.

“Desde então [dia do acidente], venho me consultando com psiquiatras, fazendo hipnoterapia, meditação guiada e pensado muito. O acidente que vi me deixou em estado de choque, transtornado. Na minha cabeça eu tinha presenciado uma morte. Todos esses eventos naquela noite afetaram minha capacidade de discernimento e coerência”, escreveu o apresentador na publicação, e continuou:

“Fiquei totalmente descontrolado e mentalmente abalado. Segundo a Drª Júlia Fandiño, psiquiatra que venho me consultando, eu tive uma confusão mental durante uma experiência traumática, que evoluiu com uma amnésia dissociativa”.

O quadro chamou atenção recentemente quando a cantora Lexa também disse ter sofrido de amnésia dissociativa após seu ex-marido, MC Guimê, ter sido expulso do Big Brother Brasil 23, da TV Globo, ao ser acusado de assediar uma participante do reality show.

— A amnésia dissociativa é um esquecimento, como se a pessoa saísse de si, da realidade, por um momento. Ela pode congelar, perder a consciência. Depois que aquilo passa, ela fica com uma lacuna na memória — explica a psiquiatra do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), doutora pela universidade, Julia Khoury.

A perda de memória pode ser definitiva ou persistir durante algum tempo depois de um evento traumático, e a pessoa recuperar as lembranças espontaneamente. A identificação do quadro é feita por um profissional especializado a partir de relatos do paciente.

— Não é um diagnóstico em si, mas um sintoma que pode acontecer em pacientes de vários transtornos psiquiátricos, como ansiedade, transtorno do pânico, depressão, bipolaridade. Mas pessoas que não sofrem com um transtorno também podem ter a amnésia dissociativa no caso de um estresse agudo, um trauma emocional, ou uso de drogas. O uso de álcool aumenta muito a chance, especialmente se o nível for alto. Tem que investigar se faz parte de um transtorno maior ou se foi só um sintoma ligado ao evento de estresse agudo — continua Khoury.

Ela explica que o médico pode solicitar exames, como uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada do cérebro, para descartar a possibilidade de a perda de memória ter sido provocada por uma condição neurológica, assim como um eletroencefalograma para afastar a possibilidade de quadro convulsivo.

— Normalmente, fazemos exames para excluir causas orgânicas, como uma epilepsia. Isso porque a crise convulsiva nem sempre tem espasmo muscular, às vezes a pessoa tem só uma crise de ausência. Então tem que ver se tem alterações de sangue, no cérebro — diz a psiquiatra.

Ela aponta que, se for somente a causa emocional, é indicado que o paciente busque o acompanhamento com terapia para trabalhar o trauma e evitar que a amnésia dissociativa ocorra novamente.

(Fonte: O Globo)

Redação

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