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Bolsonaro é preso preventivamente e deixa prisão domiciliar rumo à Papuda

Senadora Damares e aliados vistoriaram o presídio nesta semana; ordem do STF cita risco de fuga e planejamento de asilo

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã deste sábado (22) e deixou o regime de prisão domiciliar, no qual estava desde agosto. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro foi encaminhado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde deverá cumprir a decisão inicial antes de nova avaliação judicial.

Bolsonaro sai da prisão domiciliar após descumprimentos e risco de fuga

Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, monitorado por tornozeleira eletrônica. Nos últimos meses, entretanto, a PF registrou sucessivas irregularidades no monitoramento, incluindo manipulação do equipamento e movimentações interpretadas como tentativas de burlar as restrições impostas.

O STF considerou ainda que havia risco real de fuga, especialmente após surgirem informações sobre uma possível busca por asilo diplomático. Esses fatores motivaram a conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva no sistema prisional.

Visita de aliados ao presídio antecedeu a transferência

Nos dias que antecederam a prisão, aliados políticos do ex-presidente realizaram visitas à Papuda. Entre eles, a senadora Damares Alves, que esteve no local para avaliar as instalações e, segundo declarou, verificar as condições de saúde e atendimento médico que estariam disponíveis a Bolsonaro em caso de emergência.

A vistoria foi interpretada nos bastidores como um gesto de preparação diante da possibilidade já prevista de que o ex-presidente fosse levado para o presídio.

O que pesa contra Bolsonaro

A prisão desta semana está diretamente ligada à condenação de Bolsonaro no caso da articulação golpista envolvendo a tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por:
• liderar uma trama para deslegitimar o processo eleitoral,
• incentivar atos antidemocráticos,
• e participar de estratégias para minar a estabilidade institucional.

De acordo com o STF, a soma das evidências — como tentativas de violar a tornozeleira, contatos suspeitos e o planejamento de asilo — reforçou a necessidade da prisão preventiva para impedir fuga e garantir o cumprimento da pena.