Vídeo denuncia abandono de animais em antigo posto no centro de Catu e reacende debate sobre deficiência de assistência à causa animal
Gravações que circularam nas redes sociais mostram animais em situação de vulnerabilidade no antigo postinho da Praça Duque de Caxias; representantes da causa e Prefeitura de Catu apresentam versões diferentes sobre o caso.
Um vídeo que começou a circular na noite desta terça-feira, 28 de outubro, nas redes sociais, gerou grande repercussão em Catu-BA. As imagens mostram animais abandonados e em meio à sujeira no antigo postinho, localizado na Praça Duque de Caxias, no centro da cidade. A gravação levantou questionamentos sobre a falta de políticas públicas e cuidados voltados à causa animal no município.

Em conversa com a reportagem, o protetor e representante da instituição que reúne defensores dos animais em Catu, Izael Pereira dos Santos, explicou que a situação dos animais no antigo posto foi emergencial. Segundo ele, “uma protetora precisou abrigar alguns animais no local, com a autorização e apoio parcial da Prefeitura, que teria se responsabilizado pela alimentação e limpeza.” Explicou.

“Até onde sei, nem todos os dias havia o atendimento adequado”, pontuou Izael.
O ativista também destacou problemas estruturais no atendimento aos animais na cidade.
“Há mais de cinco anos não existe licitação para castração social. O serviço vinha sendo feito com suplementação e agora foi suspenso. Atualmente, não há castração nem atendimento veterinário para animais de rua”, afirmou.
De acordo com ele, as ações realizadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente “não atendem nem um terço da demanda necessária”. Izael atua há cerca de dez anos na causa animal em Catu, auxiliando diariamente no resgate e cuidado com pets em situação de vulnerabilidade.
Veja vídeo no @catu.acontece !
Nota da Prefeitura de Catu
Em resposta aos questionamentos, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Catu enviou nota esclarecendo alguns pontos:
1. Sobre os animais no antigo posto do centro, a prefeitura afirmou que o espaço foi solicitado temporariamente à Secretaria de Saúde para apoio a atendimentos veterinários e quarentena de animais em tratamento. A gestão disse não ter conhecimento de limpeza, atendimento por veterinários particulares ou adoções no local, informando que a limpeza e alimentação são realizadas por profissionais da própria Secretaria de Meio Ambiente.
2. Em relação à Fazenda Alzirinha, local que abriga animais resgatados, a prefeitura negou paralisação dos cuidados, afirmando manter alimentação, limpeza e controle populacional com recursos próprios.
3. Sobre as castrações populares, a nota informou que o contrato com uma clínica veterinária foi assinado em julho de 2025, e que o serviço está em andamento, com cadastro presencial na Secretaria de Meio Ambiente.
4. Quanto ao Castramóvel, a gestão afirmou desconhecer qualquer recurso financeiro destinado para essa finalidade.
5. Por fim, destacou as ações voltadas à causa animal realizadas neste ano:
• Assinatura do contrato de castrações;
• Feiras de adoção no Centro de Abastecimento;
• Atendimento veterinário para famílias de baixa renda;
• Doação de ração;
• Resgates de animais em situação de maus-tratos, que em alguns casos resultaram em prisão.
A reportagem segue acompanhando o caso e permanece à disposição para novas manifestações de órgãos públicos, protetores e da população catuense sobre o tema.

