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Velório e sepultamento de Preta Gil vão ser realizados no Rio de Janeiro

As datas, no entanto, dependem do processo de repatriação do corpo. A artista morreu em Nova York, neste domingo.

O velório e sepultamento da cantora Preta Gil  que faleceu nesse domingo, vão ser realizados no Rio de Janeiro, cidade onde a artista nasceu e desenvolveu grande parte de sua trajetória. A cantora faleceu após um mal estar durante o tratamento oncológico que fazia para combater o câncer colorretal, o qual descobriu um tumor em janeiro de 2023, quando tinha 48 anos.

Preta veio a óbito em Nova York, por isso as datas dependem do processo de repatriação do corpo, a família trabalha neste momento, para providenciar o translado.

Durante os dois anos do tratamento Preta Gil fazia um tratamento contra um câncer no intestino,apesar dos ciclos de quimioterapia e radioterapia, a doença voltou com metástase ano passado, avançando para outras partes do corpo, e nas ultimas semanas a cantora buscava um tratamento experimental, mas recebeu a informação que não era mais possível obter avanços contra a doença. Ao receber a notícia, Preta chegou a dizer que gostaria de vir embora para ficar com que amava, mas não hove tempo hábil, ela passou mal e vei a óbito antes.

Luta contra o câncer

Preta passou por diversos procedimentos médicos, inclusive uma cirurgia complexa de mais de 20 horas em dezembro de 2024, além de quimioterapia, radioterapia e uso de bolsa de colostomia definitiva . Nos meses seguintes, Preta buscou centros de referência como o Memorial Sloan Kettering e Virginia Cancer Institute nos Estados Unidos em busca de terapias alternativas, onde buscva um tratamento experimental contra o câncer.

Quem foi Preta Gil

Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta nasceu no Rio de Janeiro em 8 de agosto de 1974 . Sua carreira começou nos bastidores da música, produzindo videoclipes na MTV, até decidir se tornar cantora, lançando seu álbum de estreia Prêt‑à Porter em 2003, com forte influência de samba‑funk, pop e axé . Em seguida vieram os álbuns Preta (2005), Sou Como Sou (2012) e Todas as Cores (2017).

Figura carismática e irreverente, Preta se destacou também no Carnaval do Rio com o Bloco da Preta, que reuniu milhares de foliões e contou com participações como seu pai Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Anitta e outros expoentes da MPB e do funk.

Ativista por direitos LGBTQ+, negra e bissexual declarada, ela se posicionava com orgulho sobre sua identidade e enfrentava estereótipos com honestidade e humor.

Trajetória pessoal e familiar

Preta Gil foi mãe do filho Francisco em 1995, fruto de seu primeiro casamento com o ator Otávio Müller . Tornou-se avó em 2015, com o nascimento da neta Sol de Maria, filha de Francisco . Além disso, cultivava uma relação próxima com suas irmãs — entre elas Bela Gil, apresentadora e chef —, e era muito próxima da irmã Maria Gil, que esteve ao seu lado durante o tratamento no exterior.

A relação com seu pai, Gilberto Gil, sempre foi marcada por amor profundo e apoio mútuo: ele esteve presente nos momentos decisivos, inclusive sendo fotografado acompanhando Preta no hospital. Amigos e colegas de cena também demonstraram carinho e respeito, mantendo contato próximo durante sua luta.

Legado e sucessos

Ao longo de sua carreira, Preta gravou músicas de sucesso e lançou shows emblemáticos. Sua estreia com Prêt‑à Porter a consolidou como uma nova voz da música brasileira, com singles que misturavam estilos diversos. Em turnês e blocos como o Bloco da Preta e a turnê Noite Preta, ela reuniu multidões e reforçou sua presença como uma figura efervescente da cultura popular.

Além de cantora, foi atriz, apresentadora e empresária, fundando sua própria gravadora e agência (Music2Mynd). Seu ativismo também marcou presença nos palcos e nas redes — sempre defendendo valores como igualdade, aceitação do corpo e expressão racial e sexual.

Em memória

Preta Gil será lembrada pela autenticidade vibrante, voz poderosa e presença transformadora dentro e fora dos palcos. Deixou-nos músicas que elevavam autoestima e celebração da diversidade, uma trajetória que inspirou mentes e corações no Brasil e além.

Ela foi filha, mãe, irmã, amiga, neta e artista — alguém que uniu sua família de sangue e de palco em uma história de coragem, sensibilidade e amor. Seu legado artístico nunca será esquecido: Preta mostrou que ser verdadeira consigo mesma é a maior forma de resistência.

Donaire Verçosa

Dir. Jornalismo do Site Catu Acontece. Graduada e de família Catuense! Prezo pelo jornalismo imparcial.