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Polêmica no Setembro Verde em Catu leva mãe indignada às redes sociais

A denúncia é embasada na exibição de um filme para crianças especiais com cenas pornográficas no Centro Multicultural da cidade.

Um episódio ocorrido na quinta-feira, 18 de setembro, no Centro Multicultural de Catu, localizado na Aruanha, parte alta da cidade, gerou grande repercussão e indignação entre pais, mães e participantes do evento em alusão ao Setembro Verde, mês dedicado à inclusão.

O evento, de responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Social de Catu, foi planejado como um momento de relevância para discutir a inclusão e os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência. A programação contou com palestras educativas e atividades interativas. No entanto, o encerramento gerou forte reação negativa: a escolha do longa-metragem “Kasa Branca”, que, segundo relatos de mães, continha cenas de masturbação, nudez e beijos entre personagens, em um contexto considerado inapropriado para o público presente.

O que é o Setembro Verde?

O Setembro Verde é o mês oficial da inclusão social das pessoas com deficiência. A campanha tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância do respeito, da acessibilidade e da garantia de direitos, além de reforçar a necessidade de políticas públicas e ações voltadas à igualdade de oportunidades. Em diversas cidades, são realizadas palestras, caminhadas, debates e atividades educativas, sempre com o foco no fortalecimento da cidadania e da participação social desse público.

A denúncia dos pais

Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma mãe relatou sua indignação ao presenciar a exibição do filme acompanhada da filha adolescente. Ela contou que, ao se deparar com as cenas, deixou imediatamente o local junto com outras famílias.

Print do vídeo em que Flávia (mãe da aluna com síndrome de TEA) denuncia o caso ocorrido no centro Multicultural em Catu-BA

“Eu levantei na mesma hora, peguei minha filha e saí. Assim como eu, vários pais e mães também saíram. A faixa etária no convite dizia 16 anos, proibido para menores de 10. Mas eu não permito minha filha assistir esse tipo de conteúdo, ainda mais em um evento desse. Foi um choque”, afirmou Flávia, mãe de uma criança autista que estuda no Maria Gabriela, e que recebeu o convite por meio da escola Gilberto Mata, onde a filha faz atendimento no AEE (Atendimento Educacional Especializado).

Documento enviado ao público convidado em questão

Segundo Flávia, durante a exibição do filme — chamado por muitos, em tom de crítica, de “Pornô da Inclusão” — havia crianças de 13 anos e até mais novas na plateia. Para os pais, a classificação indicativa e o teor das cenas não condiziam com o ambiente proposto.

Veja aqui o vídeo do relato da mãe! 🎥

Repercussão e nota da Prefeitura

A polêmica se intensificou nas redes sociais após a Prefeitura de Catu divulgar um vídeo mencionando o título do filme. A publicação recebeu críticas e, segundo relatos, comentários de mães chegaram a ser apagados. Diante da repercussão, o vídeo foi retirado do ar.

A equipe de reportagem entrou em contato com a ASCOM da Prefeitura Municipal de Catu-BA, que enviou a seguinte nota de esclarecimento:

O Departamento de Cultura de Catu, em conjunto com o Departamento de Desenvolvimento Social, vem a público esclarecer sobre os fragmentos do filme exibido durante o evento Inclusão em Foco, realizado em alusão ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência.

Pedimos desculpas ao público presente pela falha técnica relacionada à classificação indicativa da obra. O filme apresentado aborda a temática do Alzheimer e os impactos da doença nos familiares, sendo sua classificação correta para maiores de 16 anos, e não para 10 anos, como informado inicialmente.

Dessa forma, o Departamento de Cultura e o Departamento de Desenvolvimento Social ratificam o pedido de desculpas já feito pela Secretaria Municipal de Assistência Social e se colocam à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que ainda possam existir.

Reafirmamos, por fim, o compromisso de continuar oferecendo, de forma gratuita, conteúdos educativos, culturais e sociais que contribuam para o fortalecimento da comunidade local.

Importância do trabalho educacional

Apesar da polêmica, Flávia fez questão de destacar o trabalho positivo realizado pelo AEE nas escolas de Catu:

“Eles têm uma sala e fazem atividades e jogos voltados para melhorar o aprendizado. Cada aluno tem seu horário, e todo o trabalho é direcionado às crianças especiais, duas vezes por semana, no turno oposto ao das aulas regulares”, enfatizou.

Donaire Verçosa

Dir. Jornalismo do Site Catu Acontece. Graduada e de família Catuense! Prezo pelo jornalismo imparcial.