Pesquisas confirmam o que Lula previa e PT já reavalia estratégia
Levantamentos Genial/Quaest e PoderData confirmam força política do presidente e levam campanha petista a estudar mobilização mais intensa.
Duas pesquisas divulgadas nesta quarta-feira ajudam a confirmar as previsões feitas lá atrás pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas reuniões internas da campanha petista. Lula já havia avisado meses atrás ao seu time mais próximo que o presidente Jair Bolsonaro caminharia para uma recuperação. A pesquisa Genial/Quest ainda indica essa tendência, com um novo estreitamento da distância entre os dois. Já a nova pesquisa PoderData dá sinais de um arrefecimento desse movimento, mas sem desprezar a força política do presidente.
Fato é que a largada da campanha – Lula pretende anunciar oficialmente sua candidatura nas próximas semanas – se dá num cenário em que a força política de Bolsonaro não deve ser menosprezada. Os números, mais uma vez, jogam por terra a ilusão de uma vitória de Lula no primeiro turno. Por isso, a equipe petista já começa a discutir um realinhamento de sua estratégia.
Segundo a nova pesquisa Quaest, Lula segue na liderança da corrida presidencial, com 44% das intenções de voto. Bolsonaro variou apenas dentro da margem de erro, dois pontos para cima, alcançando 26%. A questão é que a tendência de estreitamento do intervalo entre os dois vem se dando de maneira consistente nos principais levantamentos de intenção de voto. Mas, nesse caso, há um porém: a comparação com as pesquisas anteriores fica prejudicada pela troca de Rodrigo Pacheco por Eduardo Leite nos cenários de candidatura.
Já a pesquisa PoderData mostrou Lula com 40%, enquanto Bolsonaro tem 30%. Na pesquisa anterior, Lula tinha o mesmo desempenho e o presidente marcava 32%. A variação de Bolsonaro se dá dentro da margem de erro.
Dentro do time de Lula, crescem as pressões da ala que defende uma mobilização da militância. Esse grupo quer que o partido coloque imediatamente a campanha na rua, com eventos presenciais ao ar livre, com a participação do ex-presidente.
Uma ala do PT chegou a propor que, pelo menos, a próxima reunião do diretório nacional petista, marcada para dia 24 de março, fosse presencial. Encontros do diretório do PT costumam reunir dezenas de dirigentes e o próprio Lula vem participando de encontros virtuais. Seria um chamariz forte para a imprensa, argumenta um líder do partido. Mas a proposta não convenceu a Executiva Nacional, que se reuniu no começo desta semana.
Fonte: Veja