MANIFESTAÇÕES CONTRA AS REFORMAS TRABALHISTAS INTERFEREM NO COMÉRCIO CATUENSE

Comerciantes do centro de Catu reclamam dos impactos nas vendas por conta das manifestações contra reforma trabalhista  que tramita no senado

A votação das reformas trabalhistas que está na última fase para aprovação no senado, tendo passado pela câmara e aprovada com  296 votos favoráveis e 177 contrários, gerou manifestações em massa espalhadas por todo país e, em Catu não foi diferente.

Desde as primeiras horas da manhã foram montadas barreiras na rodovia que liga Salvador, Catu e Alagoinhas, na rótula principal do Bairro do Pioneiro. Um grande engarrafamento nas pistas  se formou nos dois sentidos, tanto indo para Salvador como voltando. Como também quem tentava vir de Alagoinhas para Catu ou vice-versa.

Logo no inicio da manhã houve impacto sobre vendas, pois muitos consumidores tiveram dúvidas sobre o funcionamento do comércio, segundo Michael Richard, gerente da loja Planeta Calçados, não houve problemas com funcionários, mas a paralisação acabou afetando o movimento de consumidores comprando nas lojas.

O gerente do supermercado Super Ofertas, Raul Clean, destacou que “ a paralisação não afetou a frequência dos funcionários, no entanto o movimento caiu cerca de 30%  acredito que por conta das manifestações , já que o nosso a movimentação geralmente intensifica-se à partir das 9h da manhã, cai um pouco no horário do almoço, voltando do meio da tarde em diante a todo vapor, o que não aconteceu hoje.”

Com relação ao movimento contra reforma da previdência Raul destaca: “acredito que no caso desse movimento específico, houve pouca divulgação e esclarecimento do motivo real das manifestações e em consequência disso pouca adesão por parte da população.”

Já Tarsio Henrique da Silva, Gerente da loja Guaibim, destacou que embora o comércio todo tenha aberto normalmente, houve reflexo nas vendas, o fluxo de consumidores no comércio catuense que já anda baixo, ficou ainda menor hoje por conta das manifestações que acabaram por impedir a circulação normal de carros e transportes públicos, diminuindo a circulação de potenciais consumidores nas lojas do centro comercial catuense.”

Na manifestação Robson Ferreira(CUT), Presidente dos trabalhadores da Associação Catu e Pojuca, destacou que outros movimentos virão, com o objetivo de gerar mais empregabilidade no interior e em todo país…Mas infelizmente a população não aderiu  como esperávamos.”

A PRF(Polícia Rodoviária Federal) e a Polícia Militar estiveram presentes  para garantir a ordem nas manifestações. Major Insnar, comandante da Nonagésima Companhia de Polícia da Região, enfatizou que toda a movimentação foi negociada, não houve queima de pneus e nem nenhum incidente de violência. “O horário combinado para término foi às11h.”

Por volta das 15h  a equipe do Catu Acontece voltou ao local, e o trânsito já estava totalmente liberado nos dois sentidos da rodovia federal.

Reforma trabalhista

O projeto da reforma da previdência tem como pontos principais de mudança, além do tempo que agora será maior para aposentadoria, tanto de mulheres como de homens. Outro ponto que constitui uma mudança impactante é a livre negociação entre patrões e empregados, permitindo que os acordos coletivos tenham  maior valor e validade por dois anos .

As férias poderão ser divididas em três fases, sendo que uma destas, terão que ter o mínimo de 14 dias corridos. Além de proibir que o inicio das férias comece dois dias antes de feriado ou descanso semanal remunerado.

A contribuição sindical é extinta. Tem também o fato de regulamentar a prestação de serviço de forma mais detalhada, o chamado intermitente, possibilitando estabelecer uma valor por hora trabalhada, dias alternados, com carga horária descontínua.

A medida também regulamenta o trabalho temporário, com foco na lei de terceirização (13.429/17), sancionada em março, já havia mudado as regras do tempo máximo de contratação, de três meses para 180 dias, podendo ser consecutivos ou não. Além do prazo inicial, pode haver uma prorrogação por mais 90 dias, permanecendo as mesmas condições empregatícias.

A medida também estabelece uma quarentena de 18 meses, entre a demissão de um trabalhador e sua recontratação pela mesma empresa como terceirizado.

O projeto incluiu a previsão de demissão em comum acordo, permitindo o empregador e empregado, em decisão consensual, possam encerrar o contrato de trabalho. Nesse caso, há a obrigatoriedade do empregador pagar metade do aviso prévio. No caso de indenização, o valor será calculado sobre o saldo do FGTS. O trabalhador poderá movimentar 80% do FGTS e não terá direito ao seguro desemprego, entre outras alterações que tem causado polêmica entre a população brasileira.