Geração Z troca o rolar das telas pela corrida: o novo refúgio contra o cansaço da era digital
Em meio ao burnout, à ansiedade e à hiperconexão, jovens da geração Z estão encontrando na corrida uma forma de desacelerar o ritmo do mundo e reconectar corpo e mente. O esporte, que antes era visto apenas como exercício físico, agora se tornou um gesto de resistência emocional e busca por equilíbrio.
A corrida de rua, antes associada a maratonistas ou praticantes assíduos de academia, vem ganhando um novo significado entre os jovens da geração Z. Para muitos, calçar um tênis e correr é mais do que buscar desempenho ou queimar calorias — é uma tentativa de silenciar o barulho constante da era digital e reencontrar um espaço de paz interior.
A reflexão do influenciador digital Leo Baltazar sintetiza bem esse novo movimento: “A geração Z encontrou na corrida o silêncio que a internet roubou. Hoje, a corrida não é sobre quilômetros, é sobre recuperar o ritmo que o mundo roubou”.

De acordo com especialistas em saúde e comportamento, o hábito de correr traz benefícios profundos não apenas para o corpo, mas também para a mente. Durante a prática, o organismo libera endorfinas e serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e pela redução dos níveis de estresse e ansiedade. Além disso, a corrida melhora a qualidade do sono, aumenta a disposição e fortalece o sistema cardiovascular.
Mas o que mais tem atraído os jovens é o aspecto mental e emocional. Em meio ao excesso de telas, à pressão por produtividade e à constante comparação nas redes sociais, correr se tornou um ato de reconexão com o presente. É o momento em que o corpo comanda e a mente silencia — um intervalo de respiro em um cotidiano dominado por estímulos digitais.
Segundo a psicóloga esportiva Carolina Souza, a corrida tem funcionado como uma terapia acessível e libertadora. “Quando o jovem corre, ele não está competindo com ninguém, mas tentando manter a própria sanidade. É um movimento de resistência contra a sobrecarga emocional da hiperconectividade”, explica.
Além do alívio emocional, a prática regular de corrida tem ajudado muitos a desenvolver disciplina, foco e autoconfiança — virtudes escassas em uma era marcada pela distração constante. Grupos e comunidades de corrida, cada vez mais comuns nas grandes cidades, também fortalecem o senso de pertencimento e apoio coletivo.
No fim, correr é mais do que movimento físico: é uma resposta silenciosa ao caos moderno. Em cada passo, a geração Z redescobre o valor do ritmo, do fôlego e da pausa — não para fugir do mundo, mas para continuar inteira dentro dele.

