Agosto Lilás: ONU lança a campanha #ParaCadaUma, contra a violência doméstica e familiar no Brasil
Anúncio da #ParaCadaUma contou com ato inter-religioso e projeção no Cristo Redentor. Agosto usa como símbolo a cor lilás para marcar o mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher
A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou no domingo, 31 julho, a campanha #ParaCadaUma sobre violência doméstica e familiar no Brasil. A data foi escolhida para dar início ao Agosto Lilás e as comemorações do 16º aniversário da sanção da Lei Maria da Penha que ocorreu nesse dia 7 de agosto, último domingo.
Articulado pela Verificado, uma iniciativa global da ONU, a campanha objetiva falar, tipificar e dar exemplos sobre todos os tipos de violência contra as mulheres.

De acordo com a organização, a proposta é fazer com que cada uma das cinco violências características contra as mulheres (psicológica, moral, patrimonial, sexual e física) sejam identificadas e nomeadas para ampliar as formas de enfrentamento a cada uma delas.
Dados do Anuário de Segurança Pública demonstram agravamento de todos indicadores de violência de gênero no país. O levantamento revela aumento generalizado nos indicadores de violência de gênero no país no último ano. Nos casos de agressões (0,6%), ameaças (3,3%), chamadas ao 190 (4%) e pedidos de medidas protetivas de urgência (13,6%) de mulheres vítimas de violência doméstica. De acordo com a organização, a proposta é fazer com que cada uma das cinco violências características contra as mulheres (psicológica, moral, patrimonial, sexual e física) sejam identificadas e nomeadas para ampliar as formas de enfrentamento a cada uma delas.
As violências contra meninas e mulheres cresceram no país, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022. Casos de estupro somaram 66.020, 4,2% a mais do que no ano anterior, sendo que 75,5% das vítimas eram vulneráveis, incapazes de consentir com o ato sexual.
A maioria, 61,3%, tinha até 13 anos e em 79,6% dos casos o autor era conhecido da vítima. Além disso, a violência sexual escalou 4,2% comparada ao ano anterior. E, pela primeira vez, o estudo reuniu dados sobre perseguição (stalking) contra as brasileiras.
Perseguição stalking: “Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”.
Quanto ao crime de perseguição ou stalking, o número chega a 27.722 em 2021, crescimento de 35,8%; já a violência psicológica contra mulheres somou 8.390 casos, com aumento de 17,6% comparado a 2020.

#ParaCadaUma
Representantes das crenças católica, espírita, do candomblé, umbanda, evangélicas, hare krishna, judaica e do Islã se reuniram para alertar sobre o tema.
Também foi feita uma projeção no Cristo Redentor, com a participação da cantora Kell Smith.
O Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã também aderiram ao movimento com uma iluminação especial para marcar o Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Um feminicídio a cada sete horas
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021 ocorreu no Brasil um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada sete horas. O levantamento ainda denunciou que mais de 100 mil meninas e mulheres sofreram violência sexual entre março de 2020 e dezembro de 2021 no país.
Fonte: www.extraclasse.org.br/ Fotos: Rogério Resende