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84 anos de fé e devoção a Stº Antônio na trezena de Dona Dete

A rezadeira do “Responso de Stº Antônio” cultiva a lembrança dos que a conheceram de histórias de fé e cura que preencheram a vida  de Maria Bernadete

 

Maria Bernadete Carvalho de Oliveira , conhecida como dona Dete, passou toda  a vida em Catu. Aprendeu a devoção ao santo casamenteiro com sua avó, que trouxe uma imagem de Santo Antônio de Portugal, segundo conta a própria filha, que não por acaso se chama Antônia Regina Carvalho, comemora seu aniversário no dia em que se rende louvores ao santo 13 de junho.

A fé que move montanhas como é descrita na bíblia, marcou a história de vida dessa  mulher, que dedicou toda sua vida para servir a Deus e aos homens com oração e intercessão, por causas muitas vezes dadas como perdidas.

Dona Dete faleceu no dia 10 de novembro de 2010, com 84 anos. Foi casada com João Cordeiro de Oliveira Sobrinho, um amor que marcou décadas, talvez por isso, ela nunca tenha precisado se preocupar consigo mesma, mas em dar acalento para aqueles que se encontravam aflitos por suas causas.

 

Mãe de cinco filhos, sendo 6 vivos, uma menina morreu aos 4 anos de meningite, e um menino que morreu durante o parto. Vivos estão, Espedito Augusto Carvalho, Joaquim Marcelo Carvalho, Maria da Conceição Carvalho e Antônia Regina. Todos foram criados por Dete e seu Cordeiro em um lar recheado de amor e fé. Os filhos destacam que a decisão de continuar a devoção ao santo, veio de um pedido da mãe antes de morrer, que eles nunca deixassem de fazer a trezena.

A reza tem duração de treze dias, contando do dia primeiro do mês de junho, os devotos relatam que graças e milagres são alcançados através das orações. A fé é tamanha que a imagem do santo que veio de Portugal, já foi roubada duas vezes,  mas foi devolvida, o que significa que quem roubou, teve sua graça alcançada.

Os filhos lembram que a rezadeira do responso de Santo Antônio, tinha larga fama. Todos sabiam que se perdesse algo, podiam recorrer a Dona Dete para rezar a oração, que em nove dias, o que havia se perdido era achado. Mas com ela a coisa era mais forte, 3 dias tornava-se suficiente para o “desaparecido aparecer”.

 

Há relatos de processos importantes sumidos pelos arquivos do fórum, que reapareceram depois da intercessão de forma inexplicável. Também cura de câncer e mudança repentinas de diagnósticos, depois de clamor e súplicas feitas à “Toinho” com ajuda de dona Dete.

Na conta da trezena da família Carvalho de Oliveira, estão além de curas, casamentos duradouros, amores revolvidos e relações conflituosas transformadas, desonras modificadas em honras, amores que se encontraram tendo seus caminhos cruzados com ajuda de Antônio.

A família e amigos próximos que acompanharam a trajetória da beata que ficou conhecida pelo seu coração grande, relembram memórias da infância que trazem de volta todo amor e acolhimento que a devota de Antônio sempre teve com todos os precisavam do seu aconchego. “A trezena ajuda a manter viva a chama do bom exemplo de vida de minha mãe na sociedade catuense” destaca Espedito Augusto.

Dona Dete foi uma das fundadoras do trabalho que acontece até hoje no Lar Mãe Corina e cuidou durante muito tempo do abrigo junto com família, principalmente o filho Espedito e Antônia Regina.

O filho caçula Joaquim Marcelo Carvalho de Oliveira (53) fez questão de agradecer ao povo  “ que não deixa a tradição morrer e a cada ano que passa a trezena acontece com mais força, como seria se minha mãe estivesse viva.”

 

 

O encerramento da trezena todo ano, é feito em clima de festa, fogos, música, comes e bebes, emoção, aplausos e dança.  Adultos e crianças celebraram juntos beijando as fitas aos pés da imagem do Santo, como forma de reverência e agradecimentos pelas graças alcançadas.

 

Esse ano teve também fogueira e um foguetório que durou cerca de 15 minutos finalizando os treze dias de culto, oração e adoração ao santo casamenteiro.

 

 

Donaire Verçosa

Dir. Jornalismo do Site Catu Acontece. Graduada e de família Catuense! Prezo pelo jornalismo imparcial.

Um comentário sobre “84 anos de fé e devoção a Stº Antônio na trezena de Dona Dete

  • Linda história de fé e devoção.
    Conheci Dete, amiga fiel da nossa familia.
    Era um anjo em pessoa. Solidária, amiga, muito amorosa. Seguindo o exemplo de Maria, mãe de Jesus, tudo observava e guardava no seu coração. Aceitava a vontade do Senhor, com muita tranquilidade. Era uma pessoa de Deus.
    Parabenizo toda a sua família , pelos 84 anos da trezena em louvor a Santo Antonio, o que significa dizer que a tradição continua, imortalizando o amor a Santo Antonio, no coração dos catuenses

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